Textos

Sob medida
          Devoro versos como quem devora saladas coloridas,
          verdes, frescas, crocantes, nutritivas.
          Escrevo versos com a alma,
          com a calma que normalmente eu não verbalizo.
          Quando escrevo, moldo o amor no seu tamanho real,
          passo a passo, tempo a tempo,
          ora na casa do bem, ora na casa do mal.
          Eu simetrizo a variante, lateralizo o coração,
          palmeio esse universo e centralizo a razão.
          Sistematizo os sentimentos num traçado axial,
          medido e comedido, anatômico, racional.
          Hermeticamente contido.
          Nesse anacronismo serial, duelam dois cognitivos,
          dois pontos extremos:
          A dúvida de quem somos e a certeza de quem seremos.
Luzineti Espinha
Enviado por Luzineti Espinha em 09/04/2017


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr