É obvio que não se precisa escrever nada para dizer que o “dia das mães” é um dia muito importante, e penso que esse dia tem tanta importância que, dia de mãe deveria ser todo dia. Vivemos numa sociedade que valoriza mais o dia do que a mãe. É até compreensível a importância que damos ao dia pelo resultado econômico no comércio, pelo trabalho que ele proporciona em tempos de desemprego, pelas alegrias vivenciadas neste dia festivo. Mas que mal há em se comemorar esse dia, todos os outros dias do ano? E não falo do presente, do laço, do cartão, mas da dedicação, da visita, do telefonema, do querer saber se está bem, do beijo real ou virtual, da lembrança que Ela existe pra ser bem chata e exigente, pra nos esforçarmos em ser o melhor que pudermos enquanto gente.            
          Você é um cidadão ético, preocupado com o seu irmão, com o coletivo, com as injustiças, e aprendeu com quem? Com a mãe, certamente, ou com alguém que fez o papel de mãe; a essa o meu abraço especial, hoje e sempre.
          É bom lembramos, também, de dar graças por todos os nãos que ouvimos Dela, pois eles têm ou tiveram a intenção de nos preparem para os nãos da vida, essa que dificilmente vai nos dizer um sim.
       E que não nos esqueçamos nunca de agradecê-las pelas manhãs que nos arrancaram da cama com frio, com chuva ou com um sol maravilhoso para se fazer tudo de bom, menos ficar trancado dentro de uma sala de aula ouvindo x+y =... Elas certamente, se pudessem trocariam conosco de lugar.
         Sabem também por que vocês chegaram aos quarenta anos, ou mais, com todos os seus dentes? Lembra das vezes que foram arrancados da cama para escovar os dentes que estavam limpinhos “não comi nada depois da janta”.
         Ah, os sapatos, “Limpou bem os pés?” “Pôs o tênis pra secar?” “Guardou o chinelo no lugar?”. Você pode não acreditar, mas é simbólico, Ela estava de olho nos nossos passos, preocupada com as pedras que fatalmente compõem  nosso caminho.    
        E sabem por que eu sei de tudo isso? Não, não tenho bola de cristal, nem  sou bruxa. Eu sou mãe.