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Procura-se candidato para 2022
         Está chegando o dia do brasileiro, mais uma vez, ir à urna e escolher seus políticos de estimação, e nunca, na história, tivemos tantos representantes amados, adorados, idolatrados como temos agora. Eu confesso que o  meu preparo para esse momento começa dois anos antes, por exemplo, já estou me preparando para as eleições de vinte e dois, e nunca tive tanta dificuldade, porque estou indo pela exclusão: tem que ser um que não seja “amigo do amigo do meu pai”, o que  já é um começo muito difícil, pois são infinitas as amizades, os amigos do rei, as comadres, os conchavos, os apadrinhados, os bem alimentados na cozinha do palácio .... uffa estão arrotando de cheios.
      Também não pode ser aquele que tem em mente:  “ Tem que ser um que a gente mata”, e aqui eu chamo a tenção do cidadão para que ele fique de olhos bem abertos, porque essa proposta “que a gente  mata”, não garante que nós pobres mortais estejamos de fora.  Pode estar se referindo a nos matar de   fome, ou nos obrigando a tomar uma vacina que nos mata, ou ainda nos matando de pancada para que tomemos a tal picada. Todo cuidado é pouco, a vida é uma só, e eu, cuidadosamente, já estou bem pra lá da metade.
           Também não pode ser aquele que berra na mídia em favor da fome zero, três refeições por dia e está tudo certo. NÃO.  Como cantavam os Titâs: a  gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte; principalmente a arte, ela  humaniza e se mistura com a própria história do homem que numa expressão artística, descobriu o fogo, inventou a roda, criou a linguagem.  Esse que é contra arte, também não me  serve, está fora.
      Categoricamente, eu digo que também não me serve, lá do sertão, o senhor das castas e dos coronéis, que vê a mulher como um templo, onde ele expõe  a divindade dos seus colhões. E não, não tenho inveja de ninguém, não  é por que eu sou velha, estou pensando na minha neta que logo vem.
       Afirmo também, que está  excluído da minha lista aquele ser supremo, misto de Sean Connery com super-homem,  não gosto de gente pela metade, quem não está dentro, certamente está  fora. Aqui tem um paradoxo que se repete.  O caçador de marajá foi cassado; caçador de corruptos, diante da corrupção se calou e saiu jogando caca no ventilador. Ah, quantos sonhos naufragados!
        Por fim, o que me restou? Restou Joãozinho,  mascarado,  calcinha apertada, cabelinho na régua, não cheguei perto, mas deve estar  exalando aquela água de cheiro,  gente fina toda vida. E parafraseando  “Bat” Masterson, o maior xerife do mundo, para quem fosse se meter num duelo, ele dava uma dica: “se você quer atingir o coração do seu oponente, mire na virilha”.
  
Luzineti Espinha
Enviado por Luzineti Espinha em 01/11/2020
Alterado em 07/11/2020


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr